segunda-feira, 7 de novembro de 2011

sobre bichos, e o passar do tempo...

"- bem vindo a selva, filho!"
acho que essa seria a melhor introdução para qualquer criança sobre o mundo.

não por qualquer motivo tolo, mas,
por nos ser imposto sair do ninho e se aventurar
num mundo tão grande e tão pequenino, as vezes.

vai dizer que você nunca topou com um leão e teve de enfrenta-lo por alguns dias sem querer?
nunca teve de lutar com a "preguiça" numa manhã de segunda pra conseguir levantar?
e quem nunca provou de veneno de cobra e saiu da briga com uma ou outra cicatriz?
não sabe de nada disso quem nunca teve que quebrar um galho
pra se virar de um problema cotidiano, mundano ou banal.
isso tudo é básico e natural. processo natural.

eu vejo também que é perda de tempo você buscar beleza
apenas num pavão com sua cauda aberta.
nunca haverá um pavão que te ensinará a alçar vôos maiores,
nem se quer qualquer voo algum.

aquele poema que diz
"o segredo é não correr atrás da borboletas e sim cuidar do seu jardim..."
blá, blá, blá. bobagem! quem cuida muito tempo do jardim perde a chance
de conhecer tantos outros jardins por aí a fora, acaba virando expectador
e paciente na fila de espera da vida ou apenas um jardineiro non-hollywoodiano.

quer algo? realize.
não quer? deixa estar.
tem saudades? vá atrás.
está amargurado? perdoe.
sentiu vontade de rir? compartilhe.

tanto importa se você se considera um pinguim apaixonado,
um lobo solitário, um pássaro em extinção ou outro bicho qualquer,
você busca abrigo como eu busco.
busca calor no frio e sombra gelada no calor.
quer se divertir na lama uma vez ou outra pra ter o que contar,
e vai algumas vezes se sentir em paz
estando na beira-mar a noite, ou na grama ao amanhecer.

de que vale o passado, a bagagem e a viagem
se você nunca se permitir arriscar um salto maior que você,
um banho de chuva ou desenterrar um dinossauro pra ver no que que dava.

vai, corra o risco. faça rabiscos nas paredes.
guarde pequenas lembranças de grandes momentos
perca a cabeça numa sexta feira a noite
e busque o caminho de casa domingo na noite.

há mais beleza num bater de asas de um bem-te-vi
do que o espreguiçar de um gato doméstico.

seja o coelho fora da toca,
corra atrás daquilo que você quer
assim como um cachorro correria se você
jogasse uma bola, um graveto qualquer pro destino.

não se apegue a um habitat natural, ou se torne um bicho preguiça
por acomodação e segurança. o inevitável age o tempo todo,
e a vida vai te pregar uma armadilha ou outra pra saber
se você está vivendo ou apenas, sobrevivendo.

a vida te jogou algo ao além,
e já passou da hora de criar asas pra voar.